Reunião Ordinária debate qualidade da água em Vilas Boas e Dom Silvério
Vereadores propõe solução para o problema enfrentado pelas comunidades
Depois de tomar conhecimento sobre a qualidade da água distribuída no distrito de Vilas Boas e na comunidade de Dom Silvério, o presidente José Teixeira Rodrigues Júnior levou a 10ª Reunião Ordinária da Câmara à Vilas Boas, realizada na noite de terça-feira, dia 11 de junho.
Os nove vereadores receberam a população local e autoridades para o debate no salão paroquial do distrito, sendo recepcionados pelo presidente do legislativo, que após leitura de indicações e aprovação de um Projeto de Lei, deu início ao debate sobre a distribuição da água.
O primeiro a levar esclarecimentos foi o funcionário público responsável pelo abastecimento, Eduardo Sérgio Ribeiro, que alegou nunca ter ocorrido problema em relação à qualidade da água local. Segundo Eduardinho, como também é conhecido, Vilas Boas possui três poços artesianos, sendo que um deles está desativado. Um dos poços ativos fica próximo da quadra poliesportiva e a 300m de um córrego, tem ligação direta com a tubulação das casas, capacidade média de 75 mil litros, com a bomba funcionando cerca de 8 horas por dia. O segundo poço, que fica no alto de um morro e distante de córregos, é ligado em um depósito que redistribui a água para as casas. “Esse depósito é lavada a cada seis meses, ou antes quando vejo necessidade”, disse. “Nesse a bomba fica ligada por 24 horas. Quando faltou água durante quatro dias em Vilas Boas, foi por conta de não encontrar uma nova bomba para comprar. Agora foi comprada uma nova e outra reserva”.
Responsável por contratar a empresa que realizou a análise da água da localidade, Luis dos Santos, mais uma vez levou ao plenário os filtros de sua casa que comprovam sua reprovação pela água da comunidade. “A água que estamos bebendo não é de qualidade”, disse. “Levei ao laboratório e o laudo confirmou ‘cocô’ na água. Porém, o presidente da AMAVIB explicou que antes de tomar frente e realizar análise da água local, buscou contato com a Secretaria de Saúde e com a Prefeitura. “Cobrei a realização de coletas de amostras para exames, mas descobri que a água levada era apenas da sede de Guiricema, não dos distritos”, disse. “Não sou técnico de nada, o que eu falo são sobre os resultados das análises e da opinião de profissionais da área. Eu fui no Ministério Público porque eu tentei ir na Prefeitura antes e não fui atendido. Fiz a análise com o dinheiro do meu bolso. Vou fazer de novo. E espero que não tenha problema algum. Eu não estou aqui pra criar impasses com a Prefeitura, mas pra defender a comunidade”.
Lado técnico - Representando o Executivo, o Técnico Ambiental, Wagner Correia Lisboa questionou a realização da análise e os resultados apresentados. Levou ao plenário um e-mail de 12 de abril de 2018 com análise da água local feita pela Copasa e com ausência de coliformes fecais. “Muito pouco provável a contaminação em tão pouco tempo”, disse.
Outra informação levada pelo profissional foi em relação a índole do profissional que realizou a análise da água de Vilas Boas. “Ele está respondendo ao Ministério Público e foi exonerado do cargo que ocupava a cerca de 30 dias, por pegar análise de terceiros”, disse. “Inclusive o novo técnico da SAAE se disponibilizou a vir em Vilas Boas para fazer uma nova análise, pois o próprio perito relatou que achou muito alterado o resultado da coleta”.
Hoje os gastos com a distribuição e manutenção da água em Vilas Boas gira em torno de R$5 mil, calculando energia elétrica e funcionário. “A Vigilância Sanitária de Ubá fez nova coleta de amostra para ser analisada e propagado o resultado nos próximos dias”, revelou Wagner. “Além dessa, haverá mais duas contraprovas”.
Mesmo com a desconfiança do resultado da análise, Cezário Júnior dos Santos, ex-Secretário de Meio Ambiente e morador da comunidade que estava na plateia disse que não consome a água distribuída em Vilas Boas por conta de ter um aspecto de argila. “Eu compro a água pra consumir na minha casa, pois quando vai se lavar uma roupa por exemplo ela acaba manchando as peças”, disse.
Outro representante do Executivo, o Secretário de Assistência Social, Gabriel Ruela, levou a público a instalação de um inquérito civil feito pela promotoria da justiça de Minas Gerais. “O prefeito tem responsabilidade com a água que chega nas casas. Depois que chegou na casa o compromisso é da pessoa. Tem pessoas com certeza que não lavam suas caixas há muito tempo, então essa amostra não pode ser colhida ali”.
Diante das informações e análises da população os vereadores fizeram um relatório com pontos a serem trabalhados pela Prefeitura para solucionar o problema da água nas comunidades. “Se tiver uma casa entre 500 casas que não estão chegando água com qualidade, nós vamos lutar por ela”, disse o presidente Juninho Teixeira. “Viemos aqui para ouvir a população e propor uma solução”.
Assim, ao final da reunião foi definido as seguintes medidas a serem realizadas pelo Executivo: aquisição de bomba caneta reserva e filtros para os reservatórios de água; viabilidade técnica da instalação de dosador de cloro nas caixas d’água; realização de análises dá água semestralmente com apresentação à Câmara dos resultados das análises da água de Vilas Boas e Dom Silvério; limpeza das caixas d’água a cada três meses.