Professores e trabalhadores rurais se unem contra “Reforma da Previdência”

por rafael — última modificação 10/04/2017 14h11


Professores e trabalhadores rurais se unem contra “Reforma da Previdência”

Em Reunião Extraordinária realizada na quarta-feira, 22 de março, professores e a classe de trabalhadores rurais do município participaram com grande entusiasmo do encontro que buscava debater sobre a “Reforma Previdenciária” e a perda de direitos dos trabalhadores brasileiros.

A proposta do atual governo para reforma prevê, entre outros pontos, a mudança da idade mínima das aposentadorias, que passa a ser de 65 anos indistintamente para homens e mulheres. Além da obrigatoriedade de contribuição durante 49 anos com a Previdência, para aposentadoria integral. A atual legislação estabelece 25 anos.

Em sua fala o professor Fabrício Moura falou sobre os Movimentos Sociais no Brasil e a importância deles para construção dos direitos políticos e trabalhistas do povo brasileiro. “Quando um grupo une suas forças ele consegue alcançar seu objetivo”, disse. “Antes os movimentos era só em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília. E hoje, o movimento em pequenas cidades como a nossa faz a diferença”.

Maria José Toledo da Silva, representante do INSS, em conversa com os presentes, esclareceu  os pontos da proposta e disse descrer da real necessidade da Reforma, pois acredita que o capital destinado a esse órgão está sendo direcionado a quitar compromissos financeiros do Governo e da classe política.

Mais que uma Reforma

Como representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Ensino (Sind UTE) que abrange Ubá e Região, as professoras Maria de Fátima Gomes Pacheco de Freitas (Membro da Direção Estadual) e Lídia Maria Geraldo de Magalhães (Coordenadora da Subsede) tomaram a palavra e aprofundaram sobre o tema. Segundo Lídia a pauta da greve não é somente pela Reforma da Previdência, mas também pela cobrança dos acordos de reajustes salarial firmados com o Governo Estadual, no ano de 2016, que ainda não foram pagos.

Durante o debate também foi feito um alerta sobre as penalidades que atingirão os trabalhadores rurais. Com o novo modelo proposto eles deixarão de contribuir para a Previdência de acordo com o que declarar em seu registro de excedentes, ou por safra, e sim terão que pagar mensalmente, sua contribuição para o INSS. Por fim, ressaltou a incapacidade de um trabalhador em idade avançada de continuar produzindo.

Representando a classe, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guiricema, Edson José Fortini, disse que está mobilizando a população em relação aos seus direitos e que tem na sede do Sindicato, um abaixo assinado, que sinaliza contra a Reforma, convidando a todos para assinarem o documento, e que esse, será encaminhado em data oportuna, às entidades responsáveis.

Como medida de ação Lídia Magalhães sugeriu aos parlamentares para entrar em contato com os deputados federais eleitos e votados na cidade, para que votem contra à medida que modifica a Previdenciária Social.

 Greve

Sobre a greve realizada pelos professores, com adesão da Escola Estadual Prefeito Antônio Arruda, o professor Sílvio Donizete Ferreira da Mota, esclareceu que o intuito da mobilização é contra a Reforma e em prol do pagamento de reajustes salariais. “A duração da greve será por tempo indeterminado, as reposições dos dias escolares serão feitas sem trazer prejuízo à carga horária anual dos alunos”, disse. “O movimento ainda está no início e esperamos por uma maior adesão por parte da população”.