Parlamentar desabafa sobre a situação da saúde de Guiricema
A situação da saúde de Guiricema foi assunto da reunião da Câmara de quinta-feira, dia 09 de maio. O tema foi iniciado com o vereador João Batista, que relatou sobre a falta de atendimento médico no distrito de Tuiutinga e o não comparecimento da equipe de saúde para vacinar a sua irmã, que tem 79 anos. “Visitaram todas as pessoas acamadas e debilitadas em volta da casa dela, mas não passaram na casa da minha irmã este ano alegando que não estava agendada”, disse. “Ela que é muito debilitada, tem alzheimer, teve que se deslocar até o Posto de Saúde daqui de Guiricema pra tomar a vacina. Tuiutinga está jogada as traças, não tem médico, não tem remédio e não tem uma pessoa pra olhar uma pressão lá. Só tem uma menina que vai uma vez por mês lá”.
O assunto se estendeu com o vereador Leandro Rodrigues, que fez um desabafo sobre a saúde do município. “Saúde é uma coisa que se deve olhar com maior atenção. E essa realidade de não ter médico [em Tuiutinga], acontece no município inteiro. Nos quatro cantos do município está sem atendimento médico”, disse. “Todos os vereadores são criticados e apedrejados desde o ano passado com a duplicação do salário dos médicos,depois 40% do salário… Passou de 4 pra 6, pra 8, agora passou pra R$9 mil. O Juninho falou, eu falei, outros vereadores falaram: o piso do médico é R$12 mil, não vai conseguir contratar médico. Falei com a Secretária, falei com o Jurídico, falamos aqui, debatemos. E adiantou? Não! É do jeito que eles querem: R$9.200. E tá o município sem atendimento médico. Vilas Boas, Dom Silvério, Santa Montanha, Lajinha, Cruzeiro, Tuiutinga, Funil, Crindiúbas não têm médico. Começa a fechar as Unidades de Saúde então!? Não é falta nossa, vereadores, de cobrar. A gente sempre apoiou a Secretária de Saúde. Elogio sim, mas também é meu dever cobrar. Você acha que que fico feliz de chegar no Cruzeiro, de segunda a sexta: ‘Vai ter médico aqui Leandro?’ ‘Não!’ ‘Tá doido Leandro, desde novembro sem médico’. A resposta que eu tenho infelizmente é ‘não’. Não tem médico, não tá tendo atendimento médico no município. Mas não é falta do presidente cobrar, dos vereadores cobrarem. Isso é falta de planejamento e não adianta tapar o sol com a peneira, que não tem atendimento médico. Quando eu trabalhei naquela portaria tinha 50 a 100 atendimentos por dia. Hoje eu tô vendo pessoas reclamando que estão indo 5 horas da manhã e não tá conseguindo atendimento médico. Tá tendo 8 a 10 fichas. Indo às 5 horas da manhã não está garantindo uma ficha às 7. E 9h30 da manhã também tem gente sentado na porta do Posto pra conseguir atendimento ao meio-dia. Usar de demagogia, dizendo que a Saúde está 100% coberta é mentira. Eu não sei como não fechou os PSF’s ainda, um PSF já não tem recurso. Já perdeu cerca de R$20 mil. Vai perder o outro também? Seis meses sem atendimento de PSF e o município recebe pra isso. Todas as cidades recebem pra PSF, no qual o médico faz atendimento domiciliar e faz atendimento nas comunidades. Mas não está tendo. O povo está a mercê do nada, está na miséria. O povo está sem atendimento, tem gente com dor, gente chorando que está sem atendimento. E vamos falar de carro também. Sabe que tem carro de saúde que a gente monta nele e que ele não abre a porta? Se capotar a gente vai morrer lá dentro. Tem ambulância que muitas das vezes não abre também. Não está tudo mil maravilhas. Eu vejo pessoas voltando todos os dias, que estão precisando, e não têm atendimento. Vai na farmácia e procura remédio. Também não tem remédio na farmácia da Prefeitura. Estou falando a realidade, a voz do povo!”.
Em apoio, o presidente José Teixeira Rodrigues Júnior disse é preciso marcar uma reunião entre os parlamentares e as autoridades para debater sobre o tema. “Esse é assunto sério e que merece atenção para que tenha uma solução rápida”, disse.